Na próxima sexta-feira (16), o município de Odemira, situado na região do Alentejo, será palco de uma manifestação organizada por imigrantes. Este será o terceiro protesto do género, depois de mobilizações semelhantes realizadas em Lisboa e no Porto. As exigências mantêm-se, com um novo foco: contestar as milhares de notificações de abandono voluntário enviadas a imigrantes cujos processos foram recusados.
“Somos pessoas como tu! Trabalhamos e contribuímos para este país! Rejeitamos as prisões e deportações! Documentos para todos! Vivemos aqui, ficamos aqui, não iremos embora”, é a mensagem presente no cartaz que circula entre os participantes. Assim como nos protestos anteriores, o movimento conta com o apoio da associação Solidariedade Imigrante.
A organização sublinha que os manifestantes são cidadãos trabalhadores, que exigem respeito pelos seus direitos. A nota divulgada por Timóteo Macedo, dirigente da associação, apela ao fim das deportações que afetam mais de 100 mil trabalhadores estrangeiros e critica a adoção de políticas consideradas retrógradas.
Entre as principais exigências estão um tratamento mais digno e justo para os imigrantes, além da crítica à falta de resposta institucional face à realidade de dezenas de milhares de pessoas que trabalham no país e enfrentam o risco de expulsão, muitas vezes em condições extremamente duras. O reagrupamento familiar também é uma das reivindicações, sendo apontada a ausência de medidas concretas desde o período em que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) ainda operava.
O primeiro protesto teve lugar em Lisboa, diante da sede da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), e decorreu de forma pacífica. Já o segundo, no Porto, foi marcado por um episódio de xenofobia protagonizado por Afonso Gonçalves, líder de um grupo extremista, que foi identificado pela Polícia de Segurança Pública (PSP). A manifestação em Odemira acontecerá no Largo do Quintalão, também conhecido como Largo Gomes Freire, com início marcado para as 17h00.
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