Nos primeiros quatro meses deste ano, a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) acumulou um total de 593 queixas registradas no Portal da Queixa. As principais razões apontadas envolvem atrasos nos processos e dificuldades para estabelecer contato com o órgão, representando juntos quase 68% das reclamações recebidas.
Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve um crescimento de 37% no número de queixas — anteriormente, haviam sido contabilizadas 432. E a tendência de aumento continua: só entre os dias 1 e 12 de maio, foram reportadas mais 100 ocorrências na plataforma.
De acordo com os dados do portal, os atrasos na emissão de documentos, como os cartões de residência, foram responsáveis por 37,23% das reclamações. Já os problemas de comunicação — como falta de retorno por e-mail e informações desencontradas — somaram 30,7%. Outras queixas envolveram documentação em falta ou incorreta (12,61%), falhas no atendimento ao público (6,23%) e problemas técnicos ou operacionais (5,62%).
Além da quantidade expressiva de reclamações, também se destaca o baixo desempenho da agência na resolução dessas situações. O índice de satisfação atual está em apenas 17,8 pontos, numa escala de 0 a 100. A taxa de resposta é de 13,3% e a de resolução, de 14,9%.
Vários utilizadores expressam frustração com a dificuldade de obter informações sobre o andamento dos seus processos. Um dos problemas relatados é a impossibilidade de acompanhar online o estado dos pedidos de residência, deixando muitos imigrantes sem retorno por longos períodos.
Outro ponto crítico refere-se à renovação dos títulos de residência. A plataforma digital usada para esse fim encontra-se inativa há quase um ano, o que resultou na expiração de milhares de documentos, afetando diretamente a vida de muitos cidadãos estrangeiros em Portugal. Apesar das repetidas tentativas de contato por parte da imprensa, ainda não houve resposta da AIMA sobre o assunto.
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