Seis dos treze detidos no passado dia 6 de maio, por suspeita de pertencerem a uma organização criminosa dedicada ao favorecimento da imigração ilegal, foram colocados em prisão preventiva após a primeira audição judicial.
Entre os detidos que ficam privados de liberdade está uma funcionária de nível superior, afeta ao atendimento ao público de um serviço consular ligado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, que desempenhava um papel relevante no esquema.
Outros quatro indivíduos irão cumprir prisão domiciliária com vigilância eletrónica, enquanto os três restantes terão de se apresentar às autoridades três vezes por semana e estão proibidos de manter contacto entre si.
A operação, batizada de “Gambérria” pela Polícia Judiciária, contou com a colaboração do Ministério Público e surgiu após uma investigação iniciada em 2023. As autoridades suspeitavam que o grupo estivesse envolvido na regularização fraudulenta de imigrantes, obtendo lucros avultados com o esquema.
Apurou-se que muitos dos cidadãos estrangeiros cujos processos indicavam residência e atividade profissional em Portugal estavam, na realidade, fora do país. O grupo forjava documentação para simular uma situação regularizada.
Durante as diligências, foram realizadas 40 buscas em várias localidades, incluindo Coimbra, Espinho, Carregal do Sal, Amadora, Odivelas, Loures e Lisboa. Nessas ações, foram apreendidos 11 veículos, cerca de um milhão de euros em dinheiro, dois troféus de marfim com aproximadamente 50 quilos cada, além de materiais usados na produção de documentos falsos.
Entre os itens apreendidos, destacou-se um selo branco oficial, que seria utilizado para validar milhares de certidões de registo criminal falsas de cidadãos estrangeiros. Esse selo foi encontrado numa empresa ligada ao esquema.
As autoridades também determinaram o arresto de seis imóveis — incluindo uma moradia e três apartamentos —, além de dois terrenos rústicos e o congelamento de 35 contas bancárias.
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