Se você imagina que você tem direito de alguma nacionalidade, seja portuguesa, italiana, alemã, independente, e você não sabe por onde começar o seu processo, por onde começar as buscas. Onde você deve se concentrar? Não é no fato do seu sobrenome. Tem muita gente, e existe um boato muito forte na internet que está erroneamente induzindo as pessoas a acreditarem que não têm, ou que tem direito, à nacionalidade de algum país, porque vão atrás do sobrenome. Eu tenho o sobrenome do meu pai, não tenho. Eu tenho o sobrenome da minha mãe, mas mudou, perdi o direito. Não é assim que as coisas funcionam.
Para a pessoa saber se tem direito a alguma nacionalidade europeia, é importante que se concentre em documentos. Como que a pessoa vai fazer isso? Simples. Anote o nome seu, do seu pai e da sua mãe. Anota do seu pai e da sua mãe embaixo do seu. Embaixo de cada um deles, coloque o nome dos seus avós, ou seja, embaixo do nome do seu pai, coloque o nome do pai do seu pai e da mãe do seu pai, e embaixo do nome da sua mãe, o nome da mãe da sua mãe e do pai da sua mãe.
Tem-se uma espécie de um triângulo formado agora neste papel, onde você vai colocar a informação onde cada um nasceu. Colocando a informação onde cada um nasceu, já tem a nacionalidade de cada um. Se nenhum deles, evidentemente, nasceu na Europa, você vai ter que recuar mais um pouco, vai ter que buscar um nome do pai e da mãe do pai da sua mãe, o nome do pai e da mãe do pai do seu pai, e assim sucessivamente, ou seja, o nome dos seus bisavós.
Nessa situação, muito provavelmente você não sabe o nome, se sabe o nome não sabe onde nasceu, você vai ter que pegar o telefone e ligar para falar com os seus antepassados, vai ter que falar com a sua mãe, vai ter que falar com a sua avó, para conseguir essa informação, e se seus avós não souberem essa informação, e isso é comum, você vai ter que buscar nos cartórios.
Se os seus avós não sabem essa informação, isso pode ser muito positivo também, não é uma coisa negativa, no sentido de acabar o sonho, não conseguir, muito pelo contrário, pode ser que seus avós não saibam onde seus bisavós nasceram, justamente porque não nasceram no Brasil ou não nasceram no país onde você viva. Nessa situação, a pessoa deve entrar em contato com os cartórios que registraram o nascimento do seu avô, da sua avó, de pai ou de mãe, porque se está buscando os dados dos bisavós, é preciso ir nos cartórios que registraram o nascimento dos avós, porque lá terá a informação na certidão de nascimento dos seus avós, que o seu bisavô ou a sua bisavó, nasceram no seu país ou fora dele.
Caso a pessoa não tenha, na certidão de casamento que, considerando que estamos falando de bisavô e bisavó, muito provavelmente é uma certidão religiosa, a qual pode ser encontrada nas paróquias, nas igrejas da igreja católica, porque é o mais comum para as nações europeias, com diferença, essencialmente, para a cidadania alemã e outros que foram atingidos, vamos colocar assim, com maior força pela reforma protestante, porque daí é comum que se busque nas igrejas luteranas.
De qualquer forma, a pessoa tendo acesso a esta documentação, conseguirá saber se os bisavós nasceram no seu país ou nasceram fora, e assim sucessivamente. Se a pessoa não tem essas informações nem sobre os avós, têm apenas sobre o pai ou a mãe, terá que começar a pegar o telefone, ligar e buscar informações, evidentemente, sobre os avós, mas observe, e isto é importante, apesar de países como a Itália aceitarem a passagem de nacionalidade italiana sem limites de gerações, ou seja, você pode buscar a nacionalidade italiana do seu bisavô, do seu trisavô, do seu avô, do seu pai, não faz diferença.
Outras nacionalidades, se não a maioria das nacionalidades europeias, como por exemplo, alemã, portuguesa, restringe nisso apenas aos netos. Nessa situação, se o seu avô ou a sua avó não nasceram na Europa, nasceram no seu país, a sua chance de obter diretamente a nacionalidade é nula, ou seja, é zero. Como você pode buscar ter uma nacionalidade nesse caso? Você tem que verificar se pessoas na sua linha estão vivas, ou seja, seu pai, o seu próprio avô.
Vamos dizer que seu bisavô tenha vindo de Portugal ao seu país. Passando a nacionalidade do seu bisavô para o filho dele ou para o neto dele, você deixará de ser bisneto de um português para se tornar neto ou filho de um português, e as chances que eram 0, acabam a nascer de novo e você acaba de ter uma nova oportunidade de buscar a nacionalidade.
É um processo que, apesar de ser simples, você consegue fazer com papel e uma caneta essa busca, é preciso, essencialmente, de paciência, persistência, foco e, nada mais, nada menos, do que muita força e boa sorte.
Para mais informações como esta acesse www.diariodacidadania.com e desejamos a todos força e boa sorte!